As Coleções Herpetológicas do Centro de Coleções Taxonômicas da UFMG

O que é herpetologia? A herpetologia é o ramo da Zoologia que estuda répteis e anfíbios e busca compreender a classificação, o comportamento, a ecologia e a evolução desses animais. As coleções herpetológicas do Centro de Coleções Taxonômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (CCT-UFMG) são compostas por: Coleção de Anfíbios (UFMG-AMP), Coleção de Répteis (UFMG-REP) e Coleção de Girinos (UFMG-GIR), todas em meio líquido, além da Coleção de Amostras de Tecido (UFMG-CHT). Essas coleções contam com um acervo de relevância nacional, sobretudo na herpetofauna com ocorrência ao longo da Serra do Espinhaço e da bacia do Rio Doce, e têm sido muito utilizadas e mencionadas em diversas dissertações, teses e artigos científicos na última década.

A Coleção de Anfíbios (UFMG-AMP) representa a maior parte do acervo, com aproximadamente 22 mil espécimes de diversos estados brasileiros, além de exemplares provenientes da Argentina, Peru, Porto Rico e República Dominicana. Dentre eles, há, atualmente, 259 espécimes-tipo de 34 espécies de anfíbios, sendo 10 holótipos (exemplares únicos) e 249 parátipos (todo espécime de uma série-tipo, excluindo o holótipo). Além disso, há a Coleção Bioacústica, uma subcoleção da Coleção de Anfíbios, que representa um repositório de arquivos sonoros, contendo cerca de 1.100 arquivos de mais de 100 espécies brasileiras. A Coleção de Girinos (UFMG-GIR), considerada a segunda maior do país e destaque em nível nacional, tem 3.444 lotes representados por mais de 100 espécies. A Coleção de Répteis (UFMGREP) possui 3.447 exemplares oriundos de diferentes regiões do Brasil. Por fim, a Coleção de Tecidos é representada por 9.552 amostras provenientes das outras três coleções herpetológicas.

De acordo com o curador, o professor Thiago Ribeiro de Carvalho, as coleções herpetológicas do CCT-UFMG enfrentam alguns problemas relacionados à administração e conservação do material, como a falta de alguns insumos básicos para manutenção dos acervos, além da falta de ar-condicionado e de exaustores nas salas que armazenam os espécimes. A ausência de uma climatização adequada nos espaços prejudica a execução do trabalho e manuseio das amostras no próprio local, exigindo que o estudo ou preparação seja realizado em laboratórios fisicamente distantes da coleção.

Por conta da riqueza de seus acervos, o conjunto de coleções herpetológicas do CCT-UFMG possui grande importância científica nacional. Além disso, é fonte de dados insubstituível para conservação, pelos registros de ocorrência das espécies em Unidade de Conservação e de locais que tiveram grandes tragédias ambientais, como Brumadinho e Mariana, em Minas Gerais. Graças aos acervos biológicos preservados nas coleções taxonômicas, é possível desenvolver estudos que promovam ações de restauração e preservação da biodiversidade nesses locais. 


Holoaden luederwaldti, conhecida popularmente como rãzinha-verrugosa-da-serra-de-Luederwaldt. Foto: Paulo Garcia, 2021. A espécie, exclusiva das áreas altas da Serra da Mantiqueira, foi redescoberta no PARNA do Itatiaia, com o último registro há mais de 60 anos. O CCT-UFMG conta com um exemplar desse anfíbio em seu acervo.

Autora: Ana Clara Dumbá Silva (bolsista de Extensão PBEXT, orientada pelo prof. João Renato Stehmann).

Este texto corresponde ao Boletim CCT Ciência nº 30, originalmente publicado em 2024 no site oficial do CCT Ciência: https://www2.icb.ufmg.br/cct/cctciencia/CCTCiencia-30.pdf







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