Quem já foi passear na Serra do Cipó, em Minas Gerais, certamente não viu esta espécie. Trata-se de uma rã quase do tamanho de uma unha, com menos de 2cm, que tem um mancha amarronzada nas costas e patas avermelhadas. Batizada de Physalaemus claptoni, seu nome é uma homenagem ao britânico Eric Clapton, considerado um dos melhores guitarristas do mundo.
O gênero Physalaemus, no qual a espécie está inserida, possui 49 espécies conhecidas que se distribuem pela América do Sul, sendo que destas, 47 ocorrem no Brasil.
A rã foi descoberta com base em suas características morfológicas e genéticas. Além disso, os cientistas descreveram o canto emitido pelos machos, uma característica importante que é usada para identificar membros da espécie nas coletas de campo.
Encontrada somente na região da Serra do Cipó e fora de unidades de conservação, essa pequena rã vive nas matas fragmentadas da região e se reproduz em poças de água. Pouco se conhece sobre seu ciclo de vida e sobre o tamanho das populações da espécie, mas existe uma preocupação dos cientistas com sua conservação, uma vez que as matas da região são historicamente perturbadas pelo fogo e pela presença de gado em seu interior, fatores que afetam drasticamente o ambiente natural de ocorrência da espécie.
A Serra do Cipó se destaca pela rica herpetofauna, com mais de 50 espécies de anfíbios catalogadas, incluindo algumas endêmicas. A descoberta dessa nova espécie de rã evidencia que, apesar de ser estudada desde 1960, há lacunas de conhecimento e estudos faunísticos na região são ainda necessários.
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Physalaemus Claptoni - Foto: Paulo C. A. Garcia |
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