Os insetos fazem parte do grupo mais diversificado do reino animal: são milhões de espécies conhecidas e uma incrível variedade de tamanhos, cores e formas. Dentre os diversos grupos de insetos, destacam-se os coleópteros, representados pelos besouros, com quase 400 mil espécies conhecidas e muitas ainda não descritas. O Centro de Coleções Taxonômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (CCT-UFMG) conta com mais de seis mil besouros em seu acervo. Uma das famílias com maior número de representantes é Cerambycidae, que inclui os besouros popularmente conhecidos como serra-paus, e que têm este nome pelo característico hábito das fêmeas de cortar galhos e troncos pequenos, no interior dos quais colocam seus ovos.
Numa parceria entre pesquisadores do CCT-UFMG com o Museu Nacional do Rio de Janeiro, uma linhagem desse grupo de besouros foi estudada. O trabalho teve por objetivo esclarecer os limites taxonômicos do gênero Plistonax utilizando uma análise filogenética baseada em dados morfológicos.
Os pesquisadores obtiveram ótimos resultados: redefiniram o gênero Plistonax, prepararam uma chave de identificação para essas espécies, descreveram um novo gênero, chamado Miguelmonneus, e uma nova espécie, denominada Plistonax albituberculatus. Plistonax é agora um gênero de serra-paus neotropicais que inclui 11 espécies. Além disso, um dos parátipos dessa espécie foi gentilmente doado pelo Museu de Zoologia da USP para a UFMG, enriquecendo ainda mais o acervo entomológico do CCT!
O nome escolhido para a espécie faz alusão à uma mancha de cerdas brancas que cobre a parte lateral do segmento mais anterior do tórax, que é a principal característica que distingue essa de outras espécies do gênero. Já o nome dado ao novo gênero, homenageia o Dr. Miguel A. Monné, um entomologista e grande especialista em Cerambycidae.
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Plistonax albituberculatus - Silva Júnior et al 2019 |
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